Aula 6 - Transposição didática

 O que é transposição didática e sua importância em aula:

    A Transposição Didática, integra diversos conhecimentos e habilidades, tem condições de ser utilizada de forma interdisciplinar e pode ser considerada como um “instrumento” pelo qual o saber descoberto pelos cientistas, entendido como saber sábio (científico) é transmitido para o saber a ensinar, sendo esses os saberes que estão presentes nos livros didáticos, e que por fim, esses saberes após sofrerem um conjunto de transformações adaptativas  chega a fase do saber ensinado, que seria a forma que realmente acontece em sala de aula, definindo assim que o trabalho que transforma um objeto do saber a ensinar em um objeto de ensino é denominado Transposição Didática. (CHEVALLARD, 1991)
    Esse instrumento tem grande importância, para aproximar os saberes ao público se que destina, e  quando relacionado a questão do analfabetismo científico, identifica que a maior parte da população tem uma visão de que a ciência e suas tecnologias são abstratas, muito complexas e até inacessíveis, quanto que se houvesse uma alfabetização científica, como apresentado nos slides da aula, contribuiria para a formação de uma sociedade com uma visão muito diferente do que é ciência, com a constituição de pessoas mais críticas e cidadãs. 

Um ponto fundamental é conhecer bem os conceitos e ideias que se quer divulgar.

Construção de um material didático

Alguns pontos são extremamente importantes e não devem acontecer como: Erros conceituais, pois são coisas graves, e depois de um conceito entendido pelos estudantes de forma errada, a desconstrução do saber para uma nova construção é muito mais complexa e não há garantias de aprendizagem efetiva. Alguns cuidados devem ser tomados quanto a omissões ou super- simplificações, pois o conteúdo pode passar ter um formato que não corresponde ao verdadeiro, e as ilustrações sempre devem dialogar com o texto para ter função de complementação, deixando o material mais rico.

É importante compreender que não há modelo perfeito nem único, e que um material didático deve unir duas coisas, seções que utilizam expressões que geralmente aparecem de tempos em tempos como, por exemplo “glossário”, junto de seções que propõem inovações, como por exemplo “curiosidades” ou propostas de dinâmicas.

Sugestões que nos foram apresentadas, que foram baseadas em modelos (‘esqueletos’) de materiais presentes em livros didáticos que podem ser adaptados para cartilhas e e-books:
Fonte: Slides 12, 13 e 14 do material do Prof. Fernando Santiago
Fonte: Slides 12, 13 e 14 do material do Prof. Fernando Santiago

Sobre iconografia, foi proposto que o material deve incluir:

○ Ilustrações

○ Esquemas

○ Croquis

○ Fotografias

  Algumas opções de sites com boas fotografias foram sugeridos, que podem ser utilizadas desde que as fontes sejam citadas:

https://www.sciencephoto.com/

 https://www.shutterstock.com

https://www.depositphotos.com

Sobre fontes usadas e estética geral do texto, os seguintes pontos foram propostos:

  Evitar utilizar fontes muito rebuscadas, com muitos traços e difíceis de ler

  Evitar usar muito texto TOTALMENTE EM CAIXA ALTA (em ‘netiquês’, isso parece que alguém está GRITANDO...!)

  Títulos e subtítulos devem ter fontes de tamanhos diferentes, e com cores em destaque

  Regra geral: fonte de cor clara em fundo escuro, fonte de cor escura em fundo claro

E sobre as Citações e Referências, as propostas foram:

  Mesmo as imagens que são de bancos de dados do tipo royalty-free devem ser citadas (preferencialmente, em fonte pequena e na lateral ou na parte inferior)

  Não há necessidade de fazer a entrada de referências por meio de ABNT no texto, podendo ser por índice numérico

  As citações devem ser feitas de acordo com a entrada numérica no texto

  Devem ser evitadas muitas referências para não deixar o texto ‘chato’, pois esta não é a ideia em um texto de divulgação científica

Referência consultada:

Bonzanini, Taitiâny Karita , et al. "Transposição didática ". Disponível em : <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4977851/mod_resource/content/1/transposicao%20didatica.pdf> Acesso em: 25  de out. 2021.



Atividade: Transposição didática de 4 trechos de informações científicas:

1) Público - alvo: 7º ano Ensino Fundamental II

Componente curricular: Ciências

Estratégia: Apresentar aos estudantes sobre as características dos ecossistemas aquáticos, fazendo uso do texto do livro didático do PNLD. Durante a leitura do texto apresentar aos estudantes a etimologia das palavras que estão em destaque, e mostrar imagens do desenho animado Bob Espoja® para associarem aos exemplos citados no texto

Recurso didático: Livro Inovar - Ciências da Natureza, 7º ano: Ensino Fundamental, anos finais/Sônia Lopes, Jorge Audino. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Páginas 42 E 43. Disponível em: <https://www.edocente.com.br/pnld/2020/obra/inovarciencias-da-natureza-7-anosaraiva>

Obs. Para melhor visualização da imagem, consultar o link: https://www.edocente.com.br/pnld/2020/obra/inovar-ciencias-da-natureza-7-ano-saraiva. Páginas 42 e 43.


Transposição didática: Uso da etimologia de palavras em destaque, e uso de imagens de desenho animados para associar aos exemplos:

Fótica – foto que é relativo à luz;

Afótica – prefixo A – negação – não há luz;

Associar ao desenho animado do Bob Esponja® e a etimologia:

Plâncton: grego plagktós, que pode ser traduzido como "errante" ou "instável”, utilizar a imagem do personagem Sheldon Plankton para associação.

Fitoplâncton – Fito relativo à planta, plâncton eles já sabem com o exemplo acima;

Zooplâncton – Zoo relativo a animal, plâncton já sabemos conforme exemplo anterior.

Nécton – relativo a nadador; Usar a imagem personagem Sra. Puff.

Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/amp-stories/bob-esponja-os-personagens-sao-inspirados-em-seres-reais/

Bentos – Derivado do Grego BENTHÓS, relativo ao “fundo, profundeza”.

Sésseis: Exemplo as esponjas-do-mar, que foram inspiração para criar o Bob esponja.

Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/amp-stories/bob-esponja-os-personagens-sao-inspirados-em-seres-reais/

Vágeis: Exemplo as estrelas do mar, representadas pelo personagem Patrick do desenho animado.

Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/amp-stories/bob-esponja-os-personagens-sao-inspirados-em-seres-reais/

Exemplo de como ficaria na prática: Ao iniciar a leitura, após serem lidas as palavras em destaque no texto “zona fótica”, seria feita uma pausa e explicado aos estudantes que está palavra fótica está relaciona a palavra foto que é relativo a luz, por isso essa área é a iluminada. O mesmo seria feito com a palavra “afótica”, explicando que o “a” que aparece na frente (prefixo) da palavra fótica, tem sentido de negação, então que essa seria a área que não recebe luz.

Quando a palavra “plâncton” for lida, uma nova pausa deve ser feita, e deve ser apresentada a imagem do personagem Sheldon Plankton, do desenho animado Bob Esponja®, que é uma ilustração inspirada em uma espécie de invertebrado microscópico de antenas longas, permitindo assim que os estudantes criem uma associação da espécie real com a do desenho e entendam que os plânctons se movimentam, não são fixos/grudados, já que essa palavra tem sua origem no grego plagktós, que pode ser traduzido como "errante" ou "instável”. E assim por diante com as demais palavras que aparecem em destaque no texto, com os demais personagens do desenho animado Bob Esponja®.

2) Público alvo: 1º ano do Ensino Médio.

Componente curricular: Biologia.

Estratégia: Apresentar aos estudantes sobre as características dos níveis de organização celular (tipo, complexidade, entre outros) fazendo uso do texto do livro didático do PNLD. Utilizar as ilustrações do livro como guia para construir uma maquete/modelo celular.

Recurso didático: Livro Biologia, 1 / César da Silva Júnior, Sezar Sasson, Nelson Caldini Júnior. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Disponível em: <https://saber.com.br/obras/Aplicacoes/Edocente/plugins/pdfjs2.6.347-dist/web/viewer.htmlfile=https://saber.com.br/obras/PNLD/PNLD_2018/Biologia/1o%20Ano/Biologia_1_MP_0107P18113_PNLD2018.pdf>

Utilizar as ilustrações do livro, disponíveis nas páginas187, 188 e 189:


Transposição didática: A transposição nesta atividade ocorre quando as ilustrações são transformadas em um material concreto (maquetes), fazendo uso de alimentos que levam em consideração o formato de cada célula e de suas respectivas organelas.

*O termo organelas – pode ser transposto para: pequenos órgãos.


Exemplos de resultados que podem ser obtidos:

Fonte: Arquivo pessoal


3) TRANSPOSIÇÃO DE CAVERNAS

Componente curricular: Geografia

Publico alvo: 4º ano Ensino Fundamental I

Objeto de conhecimento: Conservação e degradação da natureza.

Habilidade: (EF04GE11) Identificar as características das paisagens naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios etc.) no ambiente em que vive, bem como a ação humana na conservação ou degradação dessas áreas.

Título: Espeleologia: Noções Básica Autor: Augusto Auler & Leda Zogbi Editora: Redespeleo Brasil Edição: 1ª Edição.




4) TRANSPOSIÇÃO DE CAVERNAS 

Componente curricular: Ciência da Natureza

Público alvo: 6° ano Ensino Fundamental II

Objeto de conhecimento: Cadeia e teia alimentar.

Habilidades: EF06H41 - Reconhecer fluxo de energia e transferência de matéria, em cadeias e teias alimentares.

 EF06H42 – Identificar em esquemas relações que se estabelecem entre seres vivos e fatores abióticos de um ecossistema.

TRAJANO, Eleonora; BICHUETTE, Maria Elina. Biologia subterrânea: introdução. [S.l: s.n.], 2006.

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